domingo, 26 de dezembro de 2010

Lista para 2011

2010 passou muito rápido e, embora muitos me dissessem que seria um ano de mudanças, eu não poderia fazer idéia de que seriam tantas. Devo dizer que muitas coisas saíram fora do planejamento, mas, de uma maneira geral, foi um ano produtivo.

Para essa virada do ano, resolvi postar algo diferente. Deixarei aqui uma lista com algumas coisas que desejo fazer em 2011. Veremos o que cumprirei. :D


1) Pular 7 ondinhas no mar em Porto Seguro;
2) Pedir a Iemanjá que leve para ainda mais longe o que já deveria ter saído da minha vida;
3) Frequentar a Sociedade Espírita Maria Nunes;
4) Perder 5 kg até o carnaval;
5) Perdoar meus erros;
6) Conhecer cidades improváveis;
7) Conhecer pelo menos 20 pessoas improváveis;
8) Conhecer 10 bares diferentes;
9) Cortar o cabelo acima da linha dos ombros;
10) (retirado pela autora);
11) Sair sem destino dirigindo meu carro;
12) Aceitar que devo namorar;
13) E arrumar um namorado;
14) Ver no mínimo 20 filmes;
15) Ir a todos os festivais de curtas em BH;
16) Ir a Vitória;
17) Jogar fora ou engavetar para sempre coisas que ganhei, mas que me remetem pessoas;
18) Sair mais vezes com a minha Avó;
19) Levar a Dani a um Parque de diversões;
20) Assumir mais riscos;
21) Ler 5 livros que não leria;
22) Voltar pra academia;
23) Fazer um dia do cinema com amigos na minha casa;
24) Ir ao Independência ver meu Cruzeiro;
25) Voltar a Floripa;
26) Ser mais durona com quem não cumpre o que promete pra mim;
27) Ter uma agenda, e me manter em dia com meus compromissos;
28) Dar uma festa;
29) Começar o inglês (sem enrolar);
30) Aprender a me amar mais;
31) Ter no guarda-roupa 20 disponíveis vestidos;
32) Voltar a escrever meu livro;
33) Renovar meus sonhos;
34) Cumprir com todos os prazos;
35) Inventar novas receitas;
36) Fazer algum trabalho voluntário;
37) Ir ao teatro mais vezes;
38) Amar mais pessoas;
39) Fazer o bem a pessoas desconhecidas;
40) Entrar pra um curso diferente, como: corte e costura, maquiagem e cabelo ou de decoração de bolos. Talvez todos esses!


Boa sorte pra mim, e que "venha em paz o ano que vem, que tenha paz e o que o futuro trouxer".

Vejo este post em um ano!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

À mercê

Pois eis que a rebeldia havia tomado conta: saiu de casa sem seu guarda-chuva! Há algumas semanas isso poderia soar como um insulto ao "Manual dos Bem Prevenidos", mas àquela hora não importava muito, não com toda a chuva que caía.

Mas, ao contrário do que é dito pelas mães aos filhos, que a chuva podia trazer algum dano, um resfriado; a sensação das gotículas em rosto era suntuosa. Trazia-lhe uma espécie de alívio, como se sua alma fosse lavada.

Seus óculos ficaram turvos e, ainda que sem eles sua visão fosse reduzida, resolveu tirá-los num súbito reflexo de liberdade.
Caminhou por toda a rua sem nenhuma pressa de que aquele momento acabasse. Poderia até ser eterno. E seus passos trouxeram-lhe ao portão de casa. Entrou.
Sorriu como uma criança que acabara de cometer uma nova travessura, tinha olhos brilhantes, cabelos e roupas encharcadas.

À medida que entrava na casa escura e vazia, retirava as peças de roupas e as largava ali mesmo pelo chão. E antes de adentrar o banheiro, sentiu frio, muito frio. Ligou o chuveiro, esperou que o novo banho, agora de água morna, caísse sobre o seu corpo trêmulo. Ficou por algum tempo parada ouvindo o barulho que as gotas faziam ao cair no chão.

Foi para o quarto. Deitou, dormiu e não precisou sonhar com coisa alguma aquela noite.



domingo, 5 de dezembro de 2010

Migalhas aos Pombos

Numa tardezinha acinzentada, um banco de praça. Rotineiramente, passeava por ali e observava a vida passar por seus olhos.
As pessoas e sua pressa. As crianças e sua correria. A vida movimentada.
Em época de Natal a vida parece ganhar um gás a mais e tudo se torna aceleradamente acelerado.
Enquanto isso, seus olhos que já não se abriam mais como antes, atrapalhados pelas rugas, enxergavam tudo com bastante serenidade. Pode ser que a velhice tenha se apoderado da sua energia, da sua pele vistosa e de seus cabelos coloridos, mas ela trouxe consigo uma sabedoria e paciência que a juventude não possui.
Ficou ali sentado por uma hora inteira, não quis refletir sobre nada, não tinha pressa de que nada acontecesse. As expectativas não são mais aquelas que consumiam a sua alma. Quis apenas ficar em paz e respirar profundamente para que seus ouvidos pudessem escutar seus pulmões inflando.
Jogou as últimas migalhas aos pombos e sorriu. A certeza da tranquilidade não o tornava velho, mas completo.
Levantou e se voltou para casa, pode ser que a família já tenha começado a arrumar a mesa e os presentes.

sábado, 27 de novembro de 2010

A Espera

Leu o jornal duas vezes enquanto tomava uma xícara de café preto e sem açúcar.
Acostumou-se a fazer isso repetidas vezes, apenas nos dias em que restavam-lhe alguns minutos aproveitados cuidadosamente. Ainda que fossem poucos ele gostava de sentir em sua boca o sabor amargo que chegava quente às suas papilas e decia-lhe queimando a garganta já acostumada com a pressa diária das refeições.

Quando terminou ainda era cedo, mais cedo do que esperava, então resolveu tomar um banho terapêutico, que durasse 30 longos minutos contribuindo para acabar com a água do planeta o que, naquele momento, não o preocupava nem um pouco. Não havia preocupação com nada nos últimos tempos. Era apenas um viver comum que obrigava apenas um trabalho, alguma leitura e algumas pessoas que conversam despretenciosamente durante o dia sobre notícias corriqueiras.

Aquilo era o normal, o comum de cada dia...
Acabou o banho, se vestiu e pôs-se a andar. Observou pessoas, animais e até árvores pelo caminho, constatou que as coisas praticamente não mudam de lugar nas manhãs de dias úteis. Nos finais de semana as ruas ganham um tom sombrio e sórdido, acompanhado, geralmente, por um silêncio que dói aos ouvidos.

Chegou. Fez tudo como sempre faz, sentou-se e esperou. Uma espera que acontece todos os dias, uma espera que já faz parte da sua vida. Uma espera triste, mas imperceptível aos olhos de outros. Talvez imperceptível até para ele. Ele que faz repetidos movimentos todos os dias e não nota que espera um movimento diferente de outra pessoa.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Assunto

Pensei em você o dia inteiro. Ouvi músicas e vi alguns filmes diferentes, filmes da categoria “cult”.

Lembrei-me de você.

As músicas construíam uma atmosfera tranqüila e conduziam meus pensamentos que, embora embaralhados, formavam você. Você e aquele sorriso disfarçado, que sempre vejo do outro lado de uma longa mesa cheia de pessoas que riem e fazem piadas. E seu sorriso passa despercebido aos demais, mas não a mim.

Talvez naquele vestido rosa, suas bochechas fiquem mais brilhantes e seu sorriso se exalte mais, é isso? Será isso?

Pareço estar divagando, às vezes vejo tudo como num filme. E você me pergunta: “Como se tudo se encaixasse e formasse a próxima cena?”

Sim, é mais ou menos isso, mas quando eu percebo nem sei mais como começo...

E você com alguns movimentos leves, pré-determinados, me olha sutilmente e ri. Percebe cada movimento meu, cada sinal que eu poderia ter dado. Sim, você percebe, mas é sempre sutil, mesmo quando ri alto você é sutil, mesmo brava ou ansiosa. Mesmo quando precisou desabafar e dizer palavras que não te imaginei dizer.

Eu sempre te disse: como poderia ser assim? Como ela poderia dançar músicas na rua com aquele jeito de criança? Quem permitiu que coubesse dentro desse mesmo corpo rosto e alma tão diferentes? Afinal, que sutileza é essa que me faz ouvir músicas e pensar em você... Que sutileza é essa??


Ao som de Comptine D'un Autre ete

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O Casamento.

Convites, madrinhas, padrinhos, bolo, festa, família, champanhe. Vestido número um, número dois... Perfeito, será o vestido número vinte e sete. Falta algo? Sinto que esqueço algo!!
O noivo.

Ah, quem se importa com o noivo? Quem olha para o noivo? Alguns ainda percebem sua cara de bobo no altar enquanto a noiva e seu vestido que estourou o orçamento desfilam igreja à fora.

E assim começa o casamento com menos 20 mil reais na conta e com presentes repetidos, cerca de 4 panelas de pressão. Ninguém fez uma lista? Santa desorganização.

E então o milagre dos dias começam a acontecer. Dias de sol, de chuva, dias a mais e agora são anos. Sim, anos se passaram. A noiva, agora uma mulher cansada, exausta que não aguenta mais comprar panos de pratos. Porque eles sempre somem ou acabam?
O noivo, com alguns litros de cerveja armazenados em forma de adipócitos localizados em torno do abdômen: barriga de chopp.

E ela só reclama, reclama e reclama. Nunca mais saimos, não vamos mais ao cinema, não vejo minhas amigas há tanto tempo! Meu cabelo não é o mesmo, meu rosto parece 10 anos mais velho!

Ele só finge que escuta. Mas o que ela queria? Ela tinha a opção de outros três, mas quis a mim. Eu que paguei quase 20 mil reais num casamento furado.

Ele sai. Ela fica.
Ele volta, ela agradece a Deus.
Ele paga as contas, ela lava e passa.
Ele a amava, ela também.
Ele tem outras mulheres, ela agora passa a fingir que não sabe.
Ele finge que esconde, mas quer testar a paciência dela.
Ela briga, ele se desculpa.
Ela chora, ele se compadece.
Ela engravida, ele amolece.
É uma menina, com os olhos dele: Bibiana.
Ela passa muitas noites mal dormidas, ele sequer acorda.
Eles a amam muito.

Os anos se passam e ela, ou o que resta dela, ama a filha mais que tudo.
Ele, ou o que resta dele, segura com o que pode o casamento falido há anos.
O comodismo se confundiu com o casamento.
Ele adoece, ela cuida dele e ainda consegue ver nisso uma espécie de vingança.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Energizando

Eu me compadeci. Reli um mesmo e-mail mais de cinco vezes e fiquei emocionada.
Há quanto tempo eu não sou procurada como alicerce para alguém? Há quanto tempo não esperam de mim um pouco mais de carinho e paciência?

Noutro tempo eu me queixava por sentir minhas energias sugadas, sentir que esperavam demais de mim, que esperavam que eu sorrisse, que eu gostasse, que eu fosse, ao menos, educada. E eu reclamava, reclamava e reclamava. Acreditava não conseguir conviver com as expectativas alheias, nem mesmo com os olhares que brilham e esperam compaixão. Assim, eu acabava me doando demais e me sentindo cansada.

Pois bem, as expectativas foram postas de lado e eu me afastei de compromissos. Não conseguia mais sentir que a necessidade de alguém consumia a minha alma e me forçava a ser simpática e amiga. Claro, eu tinha a opção de ser apenas sincera, dona de uma sinceridade cruel que estraçalharia todo e qualquer sentimento. Eu poderia ter sido assim, mas nunca soube sê-lo.

Só hoje entendo porque nunca soube. Nunca soube porque eu gostava de me comprometer, porque eu precisava ajudar. Já perdi inúmeros dias de minha vida pensando sobre os problemas dos outros, porque estava em mim querer ajudar. Talvez eu pudesse deixar meus problemas de lado e, assim, ter mais tempo para consertar os problemas na vida dos outros.

Não compreendia até o presente momento se o meu desejo era apenas o de ajudar ou de ser ajudada. Se ao fazer algo por alguém eu acrescentava algo ou mascarava as minha falhas.

Após as cinco longas leituras do mesmo e-mail o respondi com alguma rapidez e terminei dizendo:

"Se posso te dizer algo agora é para ter calma... a calma vem aos poucos, à cavalo e lentamente. Não se preocupe, há tempo para tudo na vida, e há de chegar a sua felicidade."

E agora estou esperando, ansiosamente, por uma resposta. Esperando que os seus olhos busquem amizade nos meus e que entendam que aqui a terão. Afinal, foram as suas palavras que resgataram em mim a energia que deve ser doada. Nenhuma energia boa seria possível sem que alguém precisasse dela.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Transcendência

Não esperar pode ser uma espera eterna. Principalmente se o vazio falar mais alto que aquilo que preenche, ou se o valor for dado àqueles cuja certeza não é certa.
É como ver cartões bonitos e brilhosos de aniversário e não sentir que todos aqueles anos se passaram, que todo aquele frio passou, que toda expectativa ou felicidade passou.

Ver que os vestidos do guarda-roupa não são mais os mesmos, a maquiagem disfarça muito mais que as imperfeições da pele. Talvez dê aquele ar impetuoso que tenta parecer destemido e imponente, aquele do sorriso de batom vermelho que mancha os copos usados durante a noite.

É voltar para casa com os pés cansados, com a roupa impregnada de um cheiro insistente de cigarro, mesmo que nenhum cigarro tenha sido levado à boca, ou talvez tenha!
E passa a construir todos os dias a mesma esperança, os mesmos muros e os mesmos anseios que iluminam sua vida com uma espécie de neon.
Não duvido que tenha deixado pela vida algumas cartas não enviadas, alguns sorriso não dados, alguns choros não chorados e alguns poucos amores que puderam ficar pelo caminho. Algum carinho também pode ter sido perdido, mas alguns amigos foram conquistados.

É certo que depois de tanto tempo não tenha mais paciência para fingir certas coisas, que não queira negar sentimentos, nem mascarar ideais. Quando se chega a certa altura não há mais medo de pular, não há mais contas a pagar nem satisfações a dar. Num dado momento, ainda que nem tudo faça sentido, não mais se importa se fará. E vai esperando sem esperar...

E começa a sentir-se e assim passa a se amar.

Amor é aquilo que te norteia e desnorteia, às vezes.
Um texto dedicado a pessoa que mais transcendeu nos últimos tempos, que soube lidar com todos os altos e baixo e que ainda é capaz de atitudes que sempre surpreende a todos.
À minha amiga, Lilian.

domingo, 26 de setembro de 2010

Estação das Flores

Algumas músicas ainda me fazem suspirar, como aquelas da minha adolescência. Tenho evitado ouvi-las para não conseguir recriar nenhum momento nostálgico.

Alguns filmes tem sido tão chatos de se ver, alguns programas muito repetitivos e as novelas já não me apetecem há um bom tempo.

Algumas cores têm parecido tão berrantes, outras monótonas têm me chamado mais atenção. Meu guarda-roupas tem sentido a falta de novos vestidos floridos que sempre compunham meus finais de semana.

Alguns cheiros têm me feito falta e, os que estão ainda aqui, me trazem presenças. Alguns cheiros parecem iguais a outros.

Alguns dias tem chovido, outros, feito sol. A primavera chegou mudando tudo, mas estou à espera de um pouco mais de vida!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Pratos limpos e novos.

Desci correndo a rua de casa, sorri enquanto ouvia uma música bonitinha. Enquanto isso dançava ao compasso do som que envolvia cada partezinha de mim.
Descobri dois carros parados e com passageiros que me viram dançar pela rua. Sorri e continuei.

Subi todas as escadas com bastante pressa, precisava chegar em casa logo. Entrei, liguei a tv e sintonizei no jogo: Fluminense x Atlético Mineiro.

Enquanto o computador ligava fui até a cozinha e escolhi o maior copo. Enchi-o de água gelada. Precisava descansar.

Precisava postar cada uma dessas palavras de agora. Enquanto isso ouvia pelo meu fone de ouvido a música "Vagalumes" cantada por Marina Machado. Uma linda música...

A internet 3G não conseguiu ser tão rápida quanto a minha necessidade desejava, portanto estou escrevendo no bloco de notas e em seguida passarei para o blog.

Hoje reuni algumas coisas, adoro fazer isso, coleciono muitas coisas que ganhei, coisas que achei, coisas que sempre quis ter e que delimita muito do que sou. São bilhetinhos, cartinhas, cartões e muita, muita coisa que me faz rir e relembrar cada dia que passei ao lado de muitos que amo. Ou mesmo coisas que me lembram das minhas reações ou meus relacionamentos: minhas amizades e amores. Eu passei muitos dias da minha vida trocando recados, gosto disso, não à toa tenho um blog, amo falar e escrever.

E eu toquei cada um desses papéis guardados, reli calmamente e fui transportada para muitos lugares. E pude me sentir aliviada como não me sentia desde a última sexta-feira que me pegou de surpresa derrubando algumas certezas.

Notei que já errei muitas vezes e subestimei muitas pessoas. Fiz opções erradas e certas. Fui uma autêntica adolescente quando pude, fiz vista grossa em muitas situações, sonhei, flutuei nos céus e mares, eu fui eu mesma em cada um desses dias.

Eu pude viver as consequências de cada uma das escolhas por que optei. E não foi diferente esta semana.
Devo dizer que ainda estou surpresa e chateada porque umas das relações que mais preservei e guardei na minha vida tomou um curso que nunca esperei. Mas hoje, ao ver tudo que cercou os momentos em que dividimos cumplicidade, piadas, risadas e amizade, soube que nada na vida é em vão e nada após acontecer pode ser modificado.

Bem, estou contente por ter a certeza de que fiz tudo que quis e, que em nenhum momento, quis machucar ninguém. Claro, houve momentos confusos, houve muitas outras coisas... Mas agora, que as vidas tomam destinos opostos e sem novo encontro, creio que ter relembrado tudo desafogou meu coração que temia ser leviano. A amizade que muito foi importante pra mim, ainda vai estar presente em cada ação minha, já que contribuiu para a Déborah de agora. Mas é hora de comprar novos pratos, colocar nova mesa e esperar boas visitas.

=x

ps: se alguém encontrar algum erro ortográfico ou de concordância, me perdoem, escrevi tudo em poucos minutos e não pretendo mudar nada. ^^

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Fechada pra Balanço

Dando um tempo nos espaços em branco e nos espaços preenchidos.



Dia desses reativo o blog. Não obstante, não tão distante.



=)

sábado, 18 de setembro de 2010

Caleidoscópio


caleidoscópio
s. m.
Aparelho de física, para obter imagens em espelhos inclinados, e que a cada momento apresenta combinações variadas e interessantes.



Ler o meu nome, ou meus apelidos mais antigos, escrito por toda parte externa me fazia rir de maneira muito tímida. Eu não acreditei que ele pudesse se lembrar de alguns comentários tão aleatórios. Ele lembrou! E construiu um dos maiores símbolos da minha vida.
Alguns objetos carregam mais que apenas uma definição ou utilidade. Possuem histórias e a minha é pueril!
Quando criança, na casa da minha avó Alice, eu brincava por muito tempo com uma espécie de cone. À medida que eu me movia, ele também e construía novas formas e desenhos. Eu me encantava!
Mas a minha avó morava na capital e eu, no interior. Eram raras as vezes que nos víamos. Então eu fui crescendo e nunca soube o que aconteceu com o brinquedo preferido que me recorda casa de vó!

Pois bem, eu só contei essa história uma única vez na vida! Eu tenho um grande amor pelos momentos infantis que vivi e não costumo dividi-los por serem parte integrante de uma Déborah que envelhece mais que deveria.
E ao contá-la tive o prazer de despertar em alguém a vontade de recuperar parte da minha infância. Eis que ganhei um caleidoscópio de presente de aniversário e pude ficar horas e horas vendo o mundo mudar diante dos meus olhos.
Hoje, nos dias em que gostaria de me fantasiar ou me esconder, fico observando como tudo muda apenas por uma questão de interpretação. É mais que meros "espelhos inclinados", é mais que um cilindro com meu nome, é mais que um objeto, mais que um presente. E era óbvio que não poderia ser alguém diferente para me presentear... "Ranieri-Belchior-Hitler-Santos Dumont-Chaplin-Pablito-Fernando Pessoa-Luiz Fernando..."
Obrigada, querido!!


pós scriptum: Eu quebrei o caleidoscópio no primeiro dia! Mas já consertei, tá?! ¬¬

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A verdade a ver navios

Andei reconsiderando uma série de coisas nos últimos dias. As palavras, as vontades e os pensamentos; dividida entre mil pedacinhos que constroem a minha razão, tenho me perdido em algumas divagações.

Olhei para a minha janela e observei o bairro dormir. Isso me distraía enquanto a alma tentava se elevar. No fundo as mesmas perguntas me ocorrem.

E quando sou avisada do que tem se passado pareço assustada, tenho os olhos trêmulos e desejo um pouco mais de serenidade. Mas a minha transparência é tão fugaz, ressalta às vistas de qualquer um e anuncia o que martela em minha cabeça.

Ai, mateladas fortes! Doem como se quebrassem meu crânio, como se abri-lo fosse a maneira mais fácil de fazer adentrar o que quero negar. E se nego, fujo e finjo, a dor se torna insuportável! Maldita hora que me foi dita a verdade que eu não queria ver.

"Mas é impossível repetir o que só acontece uma vez. É impossível reprimir o que acontece toda vez que alguém acorda porque já não aguenta mais [...]"

domingo, 15 de agosto de 2010

Se tudo der errado, volta!

Àquela hora ela já estava deitada e gozava do melhor sono da noite. Foi aí que um barulho conhecido a acordou.
Desceu os quarenta e cinco degraus, contando-os um a um. Fazia frio. As temperatura das últimas noites estavam cada vez menores.
Então ela sorriu. Um sorriso de muitos meses de ausência, de muita saudade a matar. E um abraço uniu o que há tempo ambos desconheciam.
E então a despedida se aproximava novamente. Foi quando ela entendeu que verde-esperança significava partida. E mesmo que, desta vez, ele quisesse levá-la e ela quisesse ir, o certo era distanciar.
O motor do carro começava a liberar calor. E antes do último sorriso, uma frase:
_ Se tudo der errado, volta!
_ Se tudo der certo também vou voltar.


Boa viagem, Verde-esperança!!


quarta-feira, 7 de julho de 2010

"Ou isto, ou aquilo"

Ontem, tomei uma decisão difícil, tão difícil quanto outras que precisei tomar em outras circunstâncias. Eu não tinha notado a frequência com que necessito de atitudes drásticas. É, mas nem por isso estou contente. Ninguém fica contente quando precisa escolher sob pressão, aliás, ninguém gosta de escolher, afinal, como disse em outro texto: escolher uma ação é por reação excluir outra.
E o ser humano é egoísta demais para perder. Dói demais abrir mão. E por mais que se perca o tempo todo, nunca estamos prontamente esperando por outra perda.
Pois é. Mesmo que o horóscopo dissesse algo contrário, que as possíveis evidências dissessem, que pessoas me dissessem e que meu coração pedisse, resolvi mudar o rumo, mudar as expectativas.
Sabe, ando cansada de expectativas. E se voltar a falar do horóscopo norteia de maneira diferente, meu signo não é adepto a mudanças. Será por isso que estou tendo tamanha dificuldade? Duvido.
Ah, não sei! Sei que este blog era pra ser coletânea de muita coisa legal e tem sido apenas lugar de refúgio e desabafo. Bem, não tão desabafo já que usar pronomes indefinidos confere alguma confidencialidade ao texto. Mas de que adianta o sigilo se meu rosto estampa tudo tão claramente?

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Marola

O mar. As ondas iam e vinham, iam e vinham, dava até tontura. O azul era tão lindo. O mar e sua imensidão.
O sol pousava em suas águas e seus raios eram refletidos e trazidos até meu rosto que avermelhava de calor, de timidez. Eu ficava tímida perto do mar.
Um barulhinho bom de onda enchia meus ouvidos e coração. A areia grudava em mim e arranhava aos poucos minha pele. E o vento, ah o vento... o vento sempre me encantou tanto! Consegue levar e trazer um pouco de mim para todo o mundo. Bagunça meu cabelo, dá calafrios e leva para o mar. E o mar dissipa tudo, digno de gigante que é. A vida é tão pequenininha perto do mar, aquela partezinha de oceano.
Mineiro ama o mar, porque o mar é capaz de produzir uma saudade imensa. Acho que Minas já o teve e que a saudade aqui é milenar... percorre rios e rios de nostalgia dura. Não é à toa que Minas é "saudades a matar".

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Sei lá não sei...

Hoje eu não gostaria que ninguém lesse o que quero escrever. Estas linhas não farão sentido, nem mesmo devem ser coesas com o que estou pensando, já que agora tudo está embaralhado em minha cabeça.
Li tantos textos do Rubem Braga, acabei o último há 2 minutos, mas por mim, passaria a noite inteira lendo suas crônicas. Senti-me egoísta, porque desejei ao máximo ter escrito algumas de suas linhas. Senti-me inútil por não poder escrever com a simplicidade e perfeição de Rubem, mas senti-me muito pior por não conseguir dizer as coisas que ficam entaladas em minha garganta às pessoas que gostaria.
Nada está fazendo muito sentido, só vejo as cenas se misturando e formando o que eu não sei descrever. Há tempos não ficava confusa com essas coisas, nem me importava com o que pensavam ou sentiam por mim. Que há? E por que diabos começou a tocar Cartola como fundo musical das cenas da eliminação do Brasil da Copa?
Isso me forçou a retirar, de uma pasta escondida de sambas que me abrem feridas, as músicas do saudosista sambista. 'Minha, quem disse que ela foi minha?[...] Minha, ela não foi um só instante como mentiu as cartomantes...' 'Sei chorar eu também já sei sentir a dor estou cansado de ouvir dizer que aprende-se a sofrer no amor...'
Que saudade de ir ao Samba da Madrugada, saudade de sentir entrar no corpo uma coisa que não tem tamanho, saudade de me arrepiar e esquecer todo o resto... Afinal sem um pouco de tristeza não se faz um samba, não! Oh céus!!!
E que maldita saudade que é essa que mistura tudo assim?

"Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.

E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?

Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.

Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.

A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo." Despedida - Rubem Braga


Será que precisa fazer algum sentido? Afinal hoje estou diferente:
"Ah, que vontade de escrever bobagens bem meigas, bobagens para todo mundo me achar ridículo e talvez alguém pensar que na verdade estou aproveitando uma crônica muito antiga num dia sem assunto, uma crônica de rapaz; e, entretanto, eu hoje não me sinto rapaz, apenas um menino, com o amor teimoso de um menino, o amor burro e comprido de um menino lírico." O Desaparecido - Rubem Braga

terça-feira, 22 de junho de 2010

Sobre esmaltes e futebol

É tempo de Copa do Mundo e vejo, mais do que nunca, camisas verdes e amarelas espalhadas pela cidade. 'Que bom!' penso ao observar o espírito nem sempre patriota, mas sempre torcedor dos brasileiros.

Há aqueles que, além da Seleção Canarinho, torcem para outras equipes, tais como a África do Sul e Gana, times mais fracos, mas que comungam de uma mesma origem brasileira. Louvável.

Mas tenho voltado meus olhos para algumas personagens esquecidas durante esse evento: as mulheres. O futebol é tido, originalmente, como um esporte puramente masculino, inclusive capaz de definir virilidade de seus admiradores. Alguns, no intuito de gozação, se valem de apelidos e chamamentos comuns ao que tange a homossexualidade. Mas o sexo feminino se mostra realmente frágil nesse âmbito. Será?

Está certo que as unhas pintadas com cores temáticas estão por todos os lados e que, quase nunca, escuto comentários precisos sobre volantes, centro-avantes e impedimentos. Kaká também é um nome bem cotado entre as vozes agudas.

Entretanto, preciso salvar este espaço por alguns momentos! Há mulheres por todos os lugares que entendem e discutem futebol com maestria. Conseguem perceber, por exemplo, a diferença entre a Argentina antes e durante a Copa. Assim como riram ao verem Thierry Henry reclamar insistentemente um pênalti contra o Uruguai, enquanto em outra edição o mesmo jogador classificou a França com ajuda de um dos braços... Sabem da felicidade e da dificuldade do possível confronto com a Espanha, caso nos classifiquemos em primeiro.
E porque não dizer que muitas tem bons argumentos para apoiarem e desapoiarem o técnico brasileiro?

Ora, não estou dizendo, porém, que a parte entendida do sexo feminino mascara suas características. Não é porque a sagacidade e a percepção futebolística se fazem presentes que as unhas e os cabelos andam mal arrumados. Ao contrário! Mulher que se preze consegue fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Consegue perceber a diferença entre um esquema 3-5-2 e um 4-3-3, bem como diferenciar um esmalte Risqué de um Colorama.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Fagia

Recentemente conheci o http://projetomaisvoce.blogspot.com/
Super interessante, o dono do blog, Gabriel Barone, se propõe a preparar todas as receitas do livro criado pelo programa da Ana Maria Braga.
Com bom humor e muita força de vontade o ‘chef de cozinha’ se aventura confeccionando e registrando cada prato preparado.
O mais divertido é notar as dificuldades que todos experimentam na culinária, como por exemplo fazer Tapioca, motivo pelo qual o levou à Rede Globo para aprender com a própria apresentadora.

Assim como o Gabriel, a gastronomia toma uma grande parte do meu coração.
Porque a cozinha, pelo menos a mineira, não é apenas uma coletânea de ingredientes num abandonado espaço físico. Rubem Alves descreve tão bem, com tanta nostalgia. Inquestionável:

“Nas casas de Minas a cozinha ficava no fim da casa.
Ficava no fim não por ser menos importante, mas para
ser protegida da presença de intrusos. Cozinha era intimidade.
E também para ficar mais próxima do outro lugar de sonhos,
a horta-jardim. Pois os jardins ficavam atrás. Lá estavam os
manacás, o jasmim do imperador, as jabuticabeiras,laranjeiras
e hortaliças. Era fácil sair da cozinha para colher xuxús,
quiabo, abobrinhas, salsa, cebolinha, tomatinhos vermelhos,
hortelã e, nas noites frias, folhas de laranjeira para fazer chá.
[...]
Sinto-me feliz cozinhando. Não sou cozinheiro. Preparo pratos simples.
Gosto de inventar. O que mais gosto de fazer são as sopas.
Vaca atolada, sopa de fubá, sopa de abóbora com maracujá,
sopa de beringela, sopa da mandioquinha com manga,
sopa de coentro... Você já ouviu falar em sopa de coentro?
É sopa de portugueses pobres, deliciosa, com muito azeite
e pão torrado. A sopa desce quente e, chegando no estômago,
confirma...A culinária leva a gente bem próximo das feiticeiras.”
http://www.rubemalves.com.br/cozinha.htm


E quem não gosta de feitiços? Desde os primórdios a religião e o misticismo se aproximavam muito da culinária. Há, inclusive, jargões famosos como: “prender pela barriga”, que ganhou até um livro escrito pela Professora Aurora C. Gomes.
Além disso, ainda acredito que recepcionar alguém em casa é sinônimo de ‘pôr a mesa’! Talvez seja porque meu tradicionalismo não me deixe desprender as raízes.
Em Minas, o certo é que não haja espaço não preenchido por guloseimas, normalmente por receitas de família. E ‘colocar as mãos na massa’ significa muito mais que misturar os ingredientes, é acrescer carinho ao que faz para servir alguém. Por isso, comer deixou há muito tempo de ser apenas uma necessidade fisiológica para mim. É motivo para reunir amigos, família, pessoas queridas.
Tenho pensando em algum tema para pequenas festinhas em casa, algo aconchegante que traga todos para a minha cozinha. Nada melhor que inventar motivos para unir sorrisos a uma boa comida.

(Re)paginando.

Segunda-feira é sempre um dia péssimo para se acordar antes das seis da manhã, mas não há dia melhor para se produzir.
Hoje li muitas coisas diferentes que me inspiraram a mudar a cara desse blog. Percebi que, em sua maioria, um blog tem um proprósito e este não tem nenhum claro. Por isso, resolvi que não escreverei sobre uma única coisa, nem apenas sobre mim, como anteriormente. Agora pretendo escrever sobre coisas que me intrigam e que gosto, ou não! Tenho uma pequena lista interiorizada que aos poucos fará com que o nome deste espaço faça muito mais sentido.
Talvez assim, eu possa continuar alimentando a mesma ilusão do Fábio Hernandez
'de que certas coisas escritas por mim possam, quem sabe um dia, despertar um sorriso num rosto triste.'


=)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Recapitulando.

Sorrisos instigantes, sol discreto e vento frio encenavam melhores do que eu que, mesmo quando tento disfarçar a ansiedade e a euforia, entrego meus olhos arregalados.

Cantar qualquer música para distrair e olhar para todos os cantos, almejando decorar cada detalhe, era maneira de me esquivar de outro olhar também minucioso.

As faces amigáveis sempre atrairam todos os tipos de artesãos, daquela vez não poderia ser diferente. Acompanhei cuidadosamente os movimentos que criavam a figura. Uma Lua! Outrora havia ganhado uma semelhante, mas também diferentíssima!

O fio de cobre, sem imendas, me trouxe mais percepção que apenas de um satélite. Olhar para a minha Lua me deixa tão feliz, me faz sorrir, agora largamente. Deixo de lado por alguns instantes o que estou fazendo para pensar um pouco.

Lembrar momentos únicos faz esquecer qualquer rotina cansativa.


Ao som de 'No Seu Lugar' - Kid Abelha

terça-feira, 15 de junho de 2010

Conversas de mudanças

"Would you tell me how could it be any better than this?" diz:
Não precisa falar de vc, Deh! Já dissemos: eu te conheço, sim.
Eu ñ preciso que vc fale de vc pra saber como vc se sente! Eu já te percebi tantas vezes, coração...! Acha que seria diferente agora?
E eu posso ser sincero com vc: vc sempre teve o carinho de todos, sempre quis o todo, o geral, os mtos amigos, as mtas companhias. E ñ se lembrou ou ñ quis perceber que mtas delas eram passageiras.
E agora sente falta de uma pessoa, só uma! Mas alguém que perdurasse.
Lembra qdo eu falava pra vc "Mtos de teus amigos vão te abandonar qdo já ñ precisarem de vc e vão te deixar"? Ñ é pq eu queria teu mal, Deh... É pq vc tem mta LUZ! É óbvio que mta gente vai querer estar perto de ti!
Só que essas pessoas são sanguessugas! Te sugam, sugam tua energia, toda a tua alegria e bondade e, qdo vc já ñ "serve" mais, vão embora!
E esse é o ponto negativo de pessoas iluminadas como vc. Estão sujeitas a isso, infelizmente.
Mas tem gente, Deh, que quer ficar SEMPRE do lado de pessoas iluminadas e querem aprender a, ao invés de sugá-las, renovar suas energias.

[...]


DeH diz:
mas alguém há de entender meu olhar, não apenas hiperativo?
"Would you tell me how could it be any better than this?" diz:
Modéstia à parte? Eu entendi... =/
E sei que deve haver pessoas que entendam e que ainda sejam de seu entorno.
E é a essas que vc tem que se doar!
Essas são as que realmente valem a pena! Pq vc nunca se sentirá vazia ao se doar a elas.
DeH diz:
uma coisa é se doar para amigos, querido!
e a outra doação?
e como fica o outro lado do meu coração?
eu que nunca fico assim
não capaz de dividir essas coisas...
"Would you tell me how could it be any better than this?" diz:
Mas Deh, meu anjo... isso sempre foi algo que vc nunca quis. linda.
Na verdade, a "culpa" é tua. E entenda essa "culpa" como tua vontade, meu anjo.
Vc nunca teve vontade de se doar pra um namorado, uma relação. Vc relutou mto pra se doar a mim, e só o fez pq me amou!
Basta vc analisar se vc REALMENTE ñ quer ou se o teu inconsciente quer e vc tenta se negar a ele.
É isso o que falta!
Se vc perceber que o que de verdade quer é alguém pra partilhar teu álbum de fotografias, se se convencer disso, já fica muuuito mais fácil!
Pq, sinceramente, ñ tem quem ñ queira se doar e ter tua doação no caráter sentimental, Deh! Duvido que haja alguém assim, pq vc é o que mtos diriam "a mulher dos sonhos".
DeH diz:
não existe personificação de tal metáfora
[...]

DeH diz:
eu carrego em mim tantos anos quantos não posso contar
e sinto uma inocência pueril ao lidar com certas coisas
"Would you tell me how could it be any better than this?" diz:
E espero que vc continue sendo assim, inocente e madura!
É isso que te faz ser especial.
É isso que faz com que vc ñ pertença à mediocridade.
[...]


"Would you tell me how could it be any better than this?" diz:
Ñ tenha pressa, coração! Ñ mesmo!
Reflita, pense. Mas ñ se gaste demais pensando nisso! Vá com tempo!
Vc é uma pessoa incrível! Eu SEMPRE falei, e isso tem mta gente que pode provar, que vc seria a "pessoa perfeita" no futuro, qdo estivesse madura e se aceitasse como é.
Pq vc é inteligente, é sagaz, tem ótimo senso de justiça e de liberdade, tem discernimento.
Só precisa perceber o que realmente falta e o que realmente quer! Tendo isso, vc ñ vai precisar nem lutar pra ter, pq tem mta gente que te oferecerá isso.

domingo, 25 de abril de 2010

Rúbeo

Quando imaginei ter perdido totalmente a minha sensibilidade antiga, compreendo sua volta!
Por Deus, como me vejo feliz agora!!
Uma vontade de fazer as coisas mais loucas do mundo e no final rir de tudo que me deixou preocupada. Que vontade de sair sem algum destino certo, e apenas sorrir por um longo tempo. Que saudade imensa dessa sensação! Uma sensação tão solitária e independente, não há como ser mais completa porque é dada assim: puramente!
Há tempos não me olhava com os olhos limpos e me via tão nua e viva! Como sentia falta disso, como estive me sentindo pesada, cansada e com olhos sem contraste.
Num dado momento de minha vida comecei a assumir mais compromissos que poderia cumprir e minha organização e planos foram água abaixo.
E agora, que já tracei a linha do destino básico, sinto tanta liberdade e desejo de sorrir, inclusive para os meus problemas. Rir daquele jeito desgovernado e desenfreado, gargalhadas de pura elouquência e êxtase.
Que venha o que tiver para vir, agora meu peito está aberto. O vento fará esvoaçar meus cabelos e o sol vai inundar o negro asfalto.
Vou retirar do guarda-roupa o vestido vermelho nunca usado. Estou pronta para rasgar o horizonte e sentir elevar a alma.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Diga-me com quem tu andas e direi quem tu és.

Eu tenho muitos defeitos, mas um me incomoda profundamente.
Tenho o péssimo hábito de pensar demais nas coisas, pensar tanto que muitas vezes não consigo me concentrar numa música, numa paisagem nem mesmo no meu próprio sono. Acredito que seja até mesmo dai que advenha minha insônia companheira de longas datas.
A minha consciência tem sido outra grande amiga, que me perturba e não me deixa esquecer de nada, muito embora algumas coisas sejam 'esquecidas'.
Hoje fiz um retrospecto da minha vida! Não sei porque teimo em fazê-lo, mas fiz!
Essa semana foi muito divertida, notei como tenho amigos maravilhosos, pessoas queridíssimas que amo, notei que me desapeguei de certas convenções e que perdi o medo de paracer ser o que não sou, uma auto-afirmação gigante, principalmente vindo de mim.
Nos últimos anos, conheci tanta gente, troquei tantas vivências, fiz tantas escolhas! E amadureci com meus enormes tombos, que agora me lembro com alguma diversão! Foi um caminho sinuoso, tortuoso e complexo, que, sem dúvida, não seria possível sem a ajuda de muita gente.
Vejo por exemplo que a recuperação da minha cirurgia seria improvável sem todas as ligações preocupadas do Alexandre, sempre cuidadoso. Sei também que meus sorrisos não seriam tão coloridos sem as minhas amigas inseparáveis: Lilian e Gabriela, com quem divido meus melhores e piores dias, porque são sempre as que me acolhem, me amam.
Nem mesmo meu coração bateria como hoje se não fossem todas as arritmias amorosas que badalam em meu peito.
Ao longo de todos esses anos meus amigos foram tudo para mim, sejam os da escola, da faculdade ou do trabalho. Foram todos tão importantes.
Infelizmente, um desses amigos não mantém a mesma relação comigo que anteriormente e eu entendo. Recordo-me daquele tempo como uma lembrança sempre viva, claro, impossível não ser viva com um sorriso tão largo quanto o dele. Sempre foi seu trunfo junto à sua ironia! Não me lembro de ter conhecido alguém com tamanha sagacidade. Sempre foi alguém que admirei e que esteve comigo nos momentos mais decisivos da minha vida.
Sinto muito que essa seja uma ocasião super especial na vida dele e que eu não possa fazer parte nem dizer nada que acrescente muito, tudo mudou de conformação desde umas das minhas inúmeras decisões erradas. Aliás, tive o verdadeiro dom de conseguir mais erros possíveis com ele. É confuso porque era com quem eu gastava mais tempo para pensar no que fazer, nunca quis muito bagunçar as coisas.
Curioso, agora sinto vontade de bagunçar tudo, de fazer piadas e tentar ser uma opção pra se ter segurança. Mas acho que como tantas outras coisas isso vai ficar para outro dia, ou nem isso.
Espero sinceramente que ele consiga trilhar um caminho super bacana, cheio de dias tumultuados, gente nova, casa nova! Todo mundo adora cheiro de novo!!!
Que no fim do cansaço possa sentir orgulho e vontade de continuar e que nos dias de extenuação tenha alguém pra dividir os problemas.
João, do fundo do meu coração, muito sucesso e que esse nosso novo afastamento, que será por incompatibilidade de horários, não seja suficiente para apagar as memórias de tempos muito bonitinhos, como a adolescência que ficou para trás. Agora é um pé à frente do outro, não dá tempo de voltar! :D
Além do mais, muito obrigada por tudo! Eu não seria a mesma pessoa sem você. Meu amor, carinho e admiração por ti sempre existirão, assim como estarei aqui pra TUDO que precisar, menos pra emprestar dinheiro, haha.
Fica bem, querido!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Ranieri

Mas não é que um dia desses me aparece um indiano?
É! O tom amarelado era pálido e os traços nada grosseiros, mas que tinha nome de indiano, ah isso tinha! Pelo menos é o que me disseram, todo mundo diz que é, e eu que não sei, acredito!
E o sorriso? Ah, esse lembrava algo com um tom mais instigante, era sorriso malandro, jeito esperto! E se casasse com seu bigode, dava algo como Rivelino! E se fosse meio, lembrava Hitler!
Diacho de indiano!!! Me lembrou cada coisa, que até com um chapéu de um moço de quem tomou, parecia Santos Dumont!
Ah, mas era bonito o danado! Jeito garboso, andar estreitado! Ah, moço indiano! Já vem adiantando pro meu lado.
Depois de suspirar percebo sua conversa.
Uaiii?? O danado era mineiro!

Infantilidade Adulta

Notei, ultimamente, que muitas pessoas sempre associam ingenuidade e imaturidade aos pequenos, não concordo. Tenho uma irmã caçula e, por isso, tenho a oportunidade de observar de perto uma criança em diversas partes do dia.


Há nas crianças um espiríto cientista nato. A vontade de descobrir e redescobrir as mesmas coisas que nós sabemos, (sabemos?). E por mais que haja sempre alguém para avisar onde ou não elas devem mexer, elas mexem. São aventureiras por si só!
E jogam coisas do alto pra ver se caem, pegam em algo quente pra ver se dói, são milhares de experiências diárias que, por sinal, me fascinam.

O paradoxo entre tudo isso é que nós, os adultos, quase nunca testamos nada. Temos um roteiro próprio, uma lista de coisas a seguir. Aliás, quantas listas temos? Lista de compras, lista de amigos, lista de viagem... Precisamos o tempo todo nos nortear, normalmente usando estigmas, coisas tão arcaicas e sem graça. Não me recordo da última vez em que me perguntei: 'e se não for assim?' Também me acostumei a levar a vida pelo pré-estabelecido e não ficar jogando roupas pela janela do apartamento pra saber a sensação, como fez minha irmã. Mesmo assim, ainda tenho dúvidas sobre quem é mais infantil...

Claro, as roupas não precisam ser arremessadas, mas voltar à fase do 'por que?' seria curioso! E por que não usar isto ou aquilo, por que ser simpático ou ter empatia? Há tantos poréns! Inocentes somos nós que recebemos tudo como pronto, terminado!
Dá uma vontade de sacudir tudo, mas ai eu seria rebelde sem causa, que já é uma outra coisa, assunto pra muitos mais textos...

Enquanto isso vou me preparando para viajar e, desta vez, sem listas!!!

domingo, 21 de março de 2010

Um começo...

E pode ser um sorriso qualquer, qualquer coisa assim que lembre um pouco de nós, basta ser insolúvel.

Qualquer coisa como um dia nublado, uma meia-noite ou metade dela. Com paredes que cercam ou apenas muros de ar. E as luzes como que se misturassem aos sons, tornando a atmosfera um filme francês.

Um toque breve, a campanhia. Um silvo tão silêncioso e gélido faz parecer real o que nunca foi, ou que sempre será.


E pode ser assim como um momento bobo, como um som triste ou uma música pro final.


Ao fundo, Postcards From Italy - Beirut.