domingo, 25 de abril de 2010

Rúbeo

Quando imaginei ter perdido totalmente a minha sensibilidade antiga, compreendo sua volta!
Por Deus, como me vejo feliz agora!!
Uma vontade de fazer as coisas mais loucas do mundo e no final rir de tudo que me deixou preocupada. Que vontade de sair sem algum destino certo, e apenas sorrir por um longo tempo. Que saudade imensa dessa sensação! Uma sensação tão solitária e independente, não há como ser mais completa porque é dada assim: puramente!
Há tempos não me olhava com os olhos limpos e me via tão nua e viva! Como sentia falta disso, como estive me sentindo pesada, cansada e com olhos sem contraste.
Num dado momento de minha vida comecei a assumir mais compromissos que poderia cumprir e minha organização e planos foram água abaixo.
E agora, que já tracei a linha do destino básico, sinto tanta liberdade e desejo de sorrir, inclusive para os meus problemas. Rir daquele jeito desgovernado e desenfreado, gargalhadas de pura elouquência e êxtase.
Que venha o que tiver para vir, agora meu peito está aberto. O vento fará esvoaçar meus cabelos e o sol vai inundar o negro asfalto.
Vou retirar do guarda-roupa o vestido vermelho nunca usado. Estou pronta para rasgar o horizonte e sentir elevar a alma.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Diga-me com quem tu andas e direi quem tu és.

Eu tenho muitos defeitos, mas um me incomoda profundamente.
Tenho o péssimo hábito de pensar demais nas coisas, pensar tanto que muitas vezes não consigo me concentrar numa música, numa paisagem nem mesmo no meu próprio sono. Acredito que seja até mesmo dai que advenha minha insônia companheira de longas datas.
A minha consciência tem sido outra grande amiga, que me perturba e não me deixa esquecer de nada, muito embora algumas coisas sejam 'esquecidas'.
Hoje fiz um retrospecto da minha vida! Não sei porque teimo em fazê-lo, mas fiz!
Essa semana foi muito divertida, notei como tenho amigos maravilhosos, pessoas queridíssimas que amo, notei que me desapeguei de certas convenções e que perdi o medo de paracer ser o que não sou, uma auto-afirmação gigante, principalmente vindo de mim.
Nos últimos anos, conheci tanta gente, troquei tantas vivências, fiz tantas escolhas! E amadureci com meus enormes tombos, que agora me lembro com alguma diversão! Foi um caminho sinuoso, tortuoso e complexo, que, sem dúvida, não seria possível sem a ajuda de muita gente.
Vejo por exemplo que a recuperação da minha cirurgia seria improvável sem todas as ligações preocupadas do Alexandre, sempre cuidadoso. Sei também que meus sorrisos não seriam tão coloridos sem as minhas amigas inseparáveis: Lilian e Gabriela, com quem divido meus melhores e piores dias, porque são sempre as que me acolhem, me amam.
Nem mesmo meu coração bateria como hoje se não fossem todas as arritmias amorosas que badalam em meu peito.
Ao longo de todos esses anos meus amigos foram tudo para mim, sejam os da escola, da faculdade ou do trabalho. Foram todos tão importantes.
Infelizmente, um desses amigos não mantém a mesma relação comigo que anteriormente e eu entendo. Recordo-me daquele tempo como uma lembrança sempre viva, claro, impossível não ser viva com um sorriso tão largo quanto o dele. Sempre foi seu trunfo junto à sua ironia! Não me lembro de ter conhecido alguém com tamanha sagacidade. Sempre foi alguém que admirei e que esteve comigo nos momentos mais decisivos da minha vida.
Sinto muito que essa seja uma ocasião super especial na vida dele e que eu não possa fazer parte nem dizer nada que acrescente muito, tudo mudou de conformação desde umas das minhas inúmeras decisões erradas. Aliás, tive o verdadeiro dom de conseguir mais erros possíveis com ele. É confuso porque era com quem eu gastava mais tempo para pensar no que fazer, nunca quis muito bagunçar as coisas.
Curioso, agora sinto vontade de bagunçar tudo, de fazer piadas e tentar ser uma opção pra se ter segurança. Mas acho que como tantas outras coisas isso vai ficar para outro dia, ou nem isso.
Espero sinceramente que ele consiga trilhar um caminho super bacana, cheio de dias tumultuados, gente nova, casa nova! Todo mundo adora cheiro de novo!!!
Que no fim do cansaço possa sentir orgulho e vontade de continuar e que nos dias de extenuação tenha alguém pra dividir os problemas.
João, do fundo do meu coração, muito sucesso e que esse nosso novo afastamento, que será por incompatibilidade de horários, não seja suficiente para apagar as memórias de tempos muito bonitinhos, como a adolescência que ficou para trás. Agora é um pé à frente do outro, não dá tempo de voltar! :D
Além do mais, muito obrigada por tudo! Eu não seria a mesma pessoa sem você. Meu amor, carinho e admiração por ti sempre existirão, assim como estarei aqui pra TUDO que precisar, menos pra emprestar dinheiro, haha.
Fica bem, querido!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Ranieri

Mas não é que um dia desses me aparece um indiano?
É! O tom amarelado era pálido e os traços nada grosseiros, mas que tinha nome de indiano, ah isso tinha! Pelo menos é o que me disseram, todo mundo diz que é, e eu que não sei, acredito!
E o sorriso? Ah, esse lembrava algo com um tom mais instigante, era sorriso malandro, jeito esperto! E se casasse com seu bigode, dava algo como Rivelino! E se fosse meio, lembrava Hitler!
Diacho de indiano!!! Me lembrou cada coisa, que até com um chapéu de um moço de quem tomou, parecia Santos Dumont!
Ah, mas era bonito o danado! Jeito garboso, andar estreitado! Ah, moço indiano! Já vem adiantando pro meu lado.
Depois de suspirar percebo sua conversa.
Uaiii?? O danado era mineiro!

Infantilidade Adulta

Notei, ultimamente, que muitas pessoas sempre associam ingenuidade e imaturidade aos pequenos, não concordo. Tenho uma irmã caçula e, por isso, tenho a oportunidade de observar de perto uma criança em diversas partes do dia.


Há nas crianças um espiríto cientista nato. A vontade de descobrir e redescobrir as mesmas coisas que nós sabemos, (sabemos?). E por mais que haja sempre alguém para avisar onde ou não elas devem mexer, elas mexem. São aventureiras por si só!
E jogam coisas do alto pra ver se caem, pegam em algo quente pra ver se dói, são milhares de experiências diárias que, por sinal, me fascinam.

O paradoxo entre tudo isso é que nós, os adultos, quase nunca testamos nada. Temos um roteiro próprio, uma lista de coisas a seguir. Aliás, quantas listas temos? Lista de compras, lista de amigos, lista de viagem... Precisamos o tempo todo nos nortear, normalmente usando estigmas, coisas tão arcaicas e sem graça. Não me recordo da última vez em que me perguntei: 'e se não for assim?' Também me acostumei a levar a vida pelo pré-estabelecido e não ficar jogando roupas pela janela do apartamento pra saber a sensação, como fez minha irmã. Mesmo assim, ainda tenho dúvidas sobre quem é mais infantil...

Claro, as roupas não precisam ser arremessadas, mas voltar à fase do 'por que?' seria curioso! E por que não usar isto ou aquilo, por que ser simpático ou ter empatia? Há tantos poréns! Inocentes somos nós que recebemos tudo como pronto, terminado!
Dá uma vontade de sacudir tudo, mas ai eu seria rebelde sem causa, que já é uma outra coisa, assunto pra muitos mais textos...

Enquanto isso vou me preparando para viajar e, desta vez, sem listas!!!