domingo, 26 de dezembro de 2010

Lista para 2011

2010 passou muito rápido e, embora muitos me dissessem que seria um ano de mudanças, eu não poderia fazer idéia de que seriam tantas. Devo dizer que muitas coisas saíram fora do planejamento, mas, de uma maneira geral, foi um ano produtivo.

Para essa virada do ano, resolvi postar algo diferente. Deixarei aqui uma lista com algumas coisas que desejo fazer em 2011. Veremos o que cumprirei. :D


1) Pular 7 ondinhas no mar em Porto Seguro;
2) Pedir a Iemanjá que leve para ainda mais longe o que já deveria ter saído da minha vida;
3) Frequentar a Sociedade Espírita Maria Nunes;
4) Perder 5 kg até o carnaval;
5) Perdoar meus erros;
6) Conhecer cidades improváveis;
7) Conhecer pelo menos 20 pessoas improváveis;
8) Conhecer 10 bares diferentes;
9) Cortar o cabelo acima da linha dos ombros;
10) (retirado pela autora);
11) Sair sem destino dirigindo meu carro;
12) Aceitar que devo namorar;
13) E arrumar um namorado;
14) Ver no mínimo 20 filmes;
15) Ir a todos os festivais de curtas em BH;
16) Ir a Vitória;
17) Jogar fora ou engavetar para sempre coisas que ganhei, mas que me remetem pessoas;
18) Sair mais vezes com a minha Avó;
19) Levar a Dani a um Parque de diversões;
20) Assumir mais riscos;
21) Ler 5 livros que não leria;
22) Voltar pra academia;
23) Fazer um dia do cinema com amigos na minha casa;
24) Ir ao Independência ver meu Cruzeiro;
25) Voltar a Floripa;
26) Ser mais durona com quem não cumpre o que promete pra mim;
27) Ter uma agenda, e me manter em dia com meus compromissos;
28) Dar uma festa;
29) Começar o inglês (sem enrolar);
30) Aprender a me amar mais;
31) Ter no guarda-roupa 20 disponíveis vestidos;
32) Voltar a escrever meu livro;
33) Renovar meus sonhos;
34) Cumprir com todos os prazos;
35) Inventar novas receitas;
36) Fazer algum trabalho voluntário;
37) Ir ao teatro mais vezes;
38) Amar mais pessoas;
39) Fazer o bem a pessoas desconhecidas;
40) Entrar pra um curso diferente, como: corte e costura, maquiagem e cabelo ou de decoração de bolos. Talvez todos esses!


Boa sorte pra mim, e que "venha em paz o ano que vem, que tenha paz e o que o futuro trouxer".

Vejo este post em um ano!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

À mercê

Pois eis que a rebeldia havia tomado conta: saiu de casa sem seu guarda-chuva! Há algumas semanas isso poderia soar como um insulto ao "Manual dos Bem Prevenidos", mas àquela hora não importava muito, não com toda a chuva que caía.

Mas, ao contrário do que é dito pelas mães aos filhos, que a chuva podia trazer algum dano, um resfriado; a sensação das gotículas em rosto era suntuosa. Trazia-lhe uma espécie de alívio, como se sua alma fosse lavada.

Seus óculos ficaram turvos e, ainda que sem eles sua visão fosse reduzida, resolveu tirá-los num súbito reflexo de liberdade.
Caminhou por toda a rua sem nenhuma pressa de que aquele momento acabasse. Poderia até ser eterno. E seus passos trouxeram-lhe ao portão de casa. Entrou.
Sorriu como uma criança que acabara de cometer uma nova travessura, tinha olhos brilhantes, cabelos e roupas encharcadas.

À medida que entrava na casa escura e vazia, retirava as peças de roupas e as largava ali mesmo pelo chão. E antes de adentrar o banheiro, sentiu frio, muito frio. Ligou o chuveiro, esperou que o novo banho, agora de água morna, caísse sobre o seu corpo trêmulo. Ficou por algum tempo parada ouvindo o barulho que as gotas faziam ao cair no chão.

Foi para o quarto. Deitou, dormiu e não precisou sonhar com coisa alguma aquela noite.



domingo, 5 de dezembro de 2010

Migalhas aos Pombos

Numa tardezinha acinzentada, um banco de praça. Rotineiramente, passeava por ali e observava a vida passar por seus olhos.
As pessoas e sua pressa. As crianças e sua correria. A vida movimentada.
Em época de Natal a vida parece ganhar um gás a mais e tudo se torna aceleradamente acelerado.
Enquanto isso, seus olhos que já não se abriam mais como antes, atrapalhados pelas rugas, enxergavam tudo com bastante serenidade. Pode ser que a velhice tenha se apoderado da sua energia, da sua pele vistosa e de seus cabelos coloridos, mas ela trouxe consigo uma sabedoria e paciência que a juventude não possui.
Ficou ali sentado por uma hora inteira, não quis refletir sobre nada, não tinha pressa de que nada acontecesse. As expectativas não são mais aquelas que consumiam a sua alma. Quis apenas ficar em paz e respirar profundamente para que seus ouvidos pudessem escutar seus pulmões inflando.
Jogou as últimas migalhas aos pombos e sorriu. A certeza da tranquilidade não o tornava velho, mas completo.
Levantou e se voltou para casa, pode ser que a família já tenha começado a arrumar a mesa e os presentes.