segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O Casamento.

Convites, madrinhas, padrinhos, bolo, festa, família, champanhe. Vestido número um, número dois... Perfeito, será o vestido número vinte e sete. Falta algo? Sinto que esqueço algo!!
O noivo.

Ah, quem se importa com o noivo? Quem olha para o noivo? Alguns ainda percebem sua cara de bobo no altar enquanto a noiva e seu vestido que estourou o orçamento desfilam igreja à fora.

E assim começa o casamento com menos 20 mil reais na conta e com presentes repetidos, cerca de 4 panelas de pressão. Ninguém fez uma lista? Santa desorganização.

E então o milagre dos dias começam a acontecer. Dias de sol, de chuva, dias a mais e agora são anos. Sim, anos se passaram. A noiva, agora uma mulher cansada, exausta que não aguenta mais comprar panos de pratos. Porque eles sempre somem ou acabam?
O noivo, com alguns litros de cerveja armazenados em forma de adipócitos localizados em torno do abdômen: barriga de chopp.

E ela só reclama, reclama e reclama. Nunca mais saimos, não vamos mais ao cinema, não vejo minhas amigas há tanto tempo! Meu cabelo não é o mesmo, meu rosto parece 10 anos mais velho!

Ele só finge que escuta. Mas o que ela queria? Ela tinha a opção de outros três, mas quis a mim. Eu que paguei quase 20 mil reais num casamento furado.

Ele sai. Ela fica.
Ele volta, ela agradece a Deus.
Ele paga as contas, ela lava e passa.
Ele a amava, ela também.
Ele tem outras mulheres, ela agora passa a fingir que não sabe.
Ele finge que esconde, mas quer testar a paciência dela.
Ela briga, ele se desculpa.
Ela chora, ele se compadece.
Ela engravida, ele amolece.
É uma menina, com os olhos dele: Bibiana.
Ela passa muitas noites mal dormidas, ele sequer acorda.
Eles a amam muito.

Os anos se passam e ela, ou o que resta dela, ama a filha mais que tudo.
Ele, ou o que resta dele, segura com o que pode o casamento falido há anos.
O comodismo se confundiu com o casamento.
Ele adoece, ela cuida dele e ainda consegue ver nisso uma espécie de vingança.

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