domingo, 27 de setembro de 2009

Engavetados

Hoje começo a sessão de poemas engavetados. Espero assim poder resgatar em mim algo que me motivou a escrevê-los num dado momento.


Engavetado [1]

O vão daquela pequena frase
Foi o último sorriso que vi.
E ao olhar pelo espelho a minha face
Pude ver a tristeza emanar de mim.

Naquele último ranger de porta
Ao batê-la e sair pela vida
Senti aquilo que todo coração porta
Ao perder tudo numa ida.

Pelas veredas corri sem pena
Do futuro que me acompanharia.
Notei que tudo tinha dimensão pequena
Perto do que certo ainda viveria.

E ao perceber a frieza de minha mão
Soube que não apenas ela estava.
Tudo naquela solidão
Tornava-me sórdida, gelada.

09/12/2005

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